segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Ano novo, caminhos novos !

Nunca viajei no ano novo, quando criança passávamos sempre em casa, com os familiares. E já fazem 16 anos que passo a virada do ano na cidade de Santos. Apesar de simples, apesar da praia sem graça, cinza, cercada por prédios enormes e tortos que barram toda a brisa do mar, eu adoro passar o ano novo lá. 
Saímos uma hora antes, vou caminhando lentamente até a praia e observo as pessoas se juntando, e a praia vai sendo ocupada por pessoas de branco, azul, amarelo, felizes, jogando rosas ao mar. Faltando um minuto para a meia-noite, os holofotes da orla se apagam e todos esperam pela queima de fogos que estão em pequenas barcas no mar. 
Esse ano foram 12 barcas espalhadas em quase 8km de praia. Não sei a duração ao certo, dizem que foi a segunda maior queima de fogos no país... isso não interessa. Foi realmente muito bonito. Pulei com dificuldade as tão conhecidas 7 ondinhas, o mar esse ano estava tão calmo que quase não se formavam ondas para serem puladas. 

Sempre gostei muito desse momento, e aprendi a lidar com o receio dos fogos, gosto de sentir os pés na areia bem molhada, o solo chega a tremer durante as explosões. Rezo... agradeço. Desejo me livrar de todas as coisas que fizeram mal pra mim nesse ano que passou, e peço por um 2016 mais bondoso e com novos caminhos para todos. Que toda essa alegria e esperança que contagia as pessoas naquela praia e em tantas outras possa durar o ano inteiro, porque assim fica mais lidar com os problemas do dia-a-dia. 

Caminhantes, desejo que possamos ver novas paisagens por aí, conversar com novas pessoas e se encantar com o mundo em que estamos. 
Que façamos nosso próprio caminho em meio à tantos trajetos traçados! 


DP

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Retomada

Após alguns anos sem publicações, resolvemos retomar nossas reflexões e dividir com vocês os caminhos que percorremos e os lugares que vimos.

Nesses três anos, as viagens foram realizadas, Paraguai, Peru, Florianópolis, João Pessoa, Brasilia, Ouro Preto, Chapada do Veadeiros, Rio de Janeiro, as quais aos poucos serão contempladas em textos breves. As viagens foram feitas, e as reflexões e as transformações foram acontecendo aos poucos e agora talvez seja interessante compartilhar publicamente essas experiências.

A nossa idéias não é realizar um roteiro descritivo das viagens, o que ajuda muita gente que quer viajar, mas que já existem muitos blogs e sites que dão contam desse processo. A ideia mesmo, é compartilhar um pouco do que vivemos, buscando mostrar a subjetividade que as viagens e novos lugares podem trazer para o nosso crescimento.

Acreditamos que viajar é libertador e que ao conhecer um novo lugar, com pessoas diferentes e costumes outros, podemos sair daquela ideia de certo e errado, de concepção de vida bem sucedida, e outras coisas que buscamos entender.
Esperamos que nossas postagens sejam inspiradoras e que provoque a curiosidade e a vontade em conhecer novos lugares, não precisa ser longe, a ideia do novo pode estar na sua própria cidade, desde que você a explore de outra forma.

Que daqui pra frente novas experiencias sejam compartilhadas e que o mundo nos apresente de uma forma diferente, com suas particularidades e sensações. E que mais pessoas possam vivencia-lo. Para começar essa nova etapa, um gostinho da viagens que realizamos para a Chapado dos Veadeiros em Goias. (DP)




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Janeiro de 2012

A surpresa, o inesperado, a subversão ao que é racional ou lógico é uma das coisas que mais me atraem...
Então eu recebi um convite para ir com uns amigos passar o fim de semana (e o que seria o fim das minhas férias) em Iguaçu, preparei uma mochila simples com umas cinco trocas de roupa, biquíni, chinelo, pasta e escova de dente, protetor... estava tão leve quanto poderia estar. Saímos no dia 04 de janeiro depois do almoço, fomos de carro, nos deslocamos para oeste do estado de São Paulo até chegar a Ourinhos, entramos no Paraná já era quase noite, andamos ainda até Maringá onde passamos a noite, no outro dia acordamos cedo e prosseguimos a viagem até a cidade de Foz. No Paraná, assim como em outras regiões do Brasil, os latifúndios são a paisagem comum por extensões e extensões de terra, é assustadoramente impressionante ver um estado sendo consumido pela soja e pelo milho e saber que enquanto milhares não têm nenhum teto, alguns “barões” possuem propriedades equivalentes ou maiores do que países da Europa.









Plantação de soja no estado do Paraná.


No dia em que chegamos a Foz, cruzamos a ponte da amizade, isso deveria ser umas 16hs, em Ciudad del Este o comércio começa a fechar por volta deste horário, então não vimos muita coisa, mas, é engraçado perceber as fronteiras não só como separações físicas mas, sobretudo culturais, permitindo nestas zonas de encontro mesclas curiosas.
No dia 6 fomos conhecer as tão esperadas Cataratas do Iguaçu (o lado brasileiro). Para mim não é necessariamente a virada de ano que marca o começo de um novo ciclo, mas, um bom banho seja de chuva, cachoeira ou mar, lá eu não tomei propriamente um banho, mas ver uma imensidão de água jorrando sem parar teve força equivalente para renovar as energias e trazer paz. É um lugar de beleza singular que compensa o fato da taxa de entrada ser cara, em vista de outros parques nacionais, de não haver opções diversificadas para alimentação e de estar ligado mais a iniciativas privadas que públicas.


Bom, então a história terminaria aqui, meus amigos continuariam a viagem pela Argentina e Uruguai, e, eu voltaria para São Paulo de ônibus para acordar na segunda-feira do dia 9 às cinco horas e ir trabalhar em um lugar que eu não entendo e nem quero me encaixar...
Na manhã do dia 7, estávamos tomando café e eu resolvi, contrariando o que eu já havia decidido, contrariando a situação da minha conta no banco, contrariando os compromissos e a minha pequena mochila, decidi aceitar a proposta da minha amiga e prosseguir a viagem com eles. Terminamos o café, pagamos o hotel, pegamos a mala e almoçamos na cidade de Walda na Argentina.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Conchas



Na sexta feira dia 6 saí com quatro amigas para o municipio de Conchas no interior de São Paulo. O município surgiu quando se tornou ponto de descanso dos tropeiros, que paravam às margens do Rio das Conchas para descansar e passar a noite. A região antes de sua fundação, em 1887, era percorrida por tropas de burros que transportavam as mercadorias para Botucatu e Tietê. Decorrente a isso, muitos viajantes acabaram se fixando nas proximidades de um ribeirão - o Ribeirão das Conchas, onde possuía abundância de moluscos que deixavam suas "conchas" nas margens. O avanço da antiga ferrovia, "Sorocabana Railway",até o vizinho povoado de Pereiras em 1888, fez com que novos moradores procurassem se estabelecer. Conchas foi elevado a Distrito de Paz em 1896, onde deixou de pertencer a Tietê e passou ao Município de Pereiras em 1899. Em 1902, retornou a Tietê e em 1916 conseguiu sua autonomia político-administrativa.

Ficamos hospedadas da casa da Kelle, irmã mais velha da minha amiga geogógrafa Cátia, fomos muito bem recebidas, andamos km’s no sol, pegamos chuvas, tomamos cerveja, andamos à cavalo, tomamos cerveja, visitamos o rio Tiete, tomamos cerveja. A cidade é linda e o sitio maravilhoso, foi uma visita rápida mas marcante.

D.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011








Em uma cidadizinha não muito longe da grande metrópole, há um pequeno sitio onde vive um casal muito especial, seu Palmeira e dona Maria. Lá eles vivem tranquilamente e trabalham dia-a-dia, a horta está fresca, o milho está novo e o café já tem seus detalhes brancos pendurados. As árvores são muitas e cada uma delas uma fruta diferente, a macieira foi a que mais chamou minha atenção, não por ser mais bonita que as outras, mas porque nunca a tinha visto, sua flor é branca como a do café e suas maçazinhas encantadoras.
Lá o tempo passa e você nem percebe, a comida é constante e saborosa, as conversas, as lembranças e os planos para o novo. Mairiporã, bairro Mato Dentro, e a vida já parece diferente...

D.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lá nas Gerais...






Lá nas Gerais a Serra da Mantiqueira se impõe altamente, suas curvas bagunçam a cabeça mas os olhos querem mais... cada topo, cada vale, algumas poucas pequenas casas... um cavalo se alimenta calmamente, o vento balança as folhas, as árvores, os pelos e os cabelos... O vento faz um som diferente e corre livremente, barrado apenas pela grande Serra...
O caminho é longo, o destino São Lourenço- MG, sáindo de São Paulo, passando por Salesópolis e pelo Vale do Paraíba...A paisagem intrigante... o que é certo o que é errado? Existe bonzinho e malvado? Os eucaliptos se colocam à beira da estrada e muitas vezes em topo de morro, lá dentro do deserto verde não há pássaros, só uma vaca pasta sozinha...

A noite em Minas chega preguisoçamente e silênciosa, não há queijos, mas há doces, muito doce e tentar viver a vida mais tranquila pode ser doce...Foi uma passagem rápida, o cheiro do café ficou nas mãos e os lábios melados...o café. Há tanto a se descobrir ainda, por mais que a cabeça reclame e o corpo esteja cansado é preciso seguir a estrada com os olhos e o coração abertos, porque esse país é grande menina e você tem que conhece-lo e viver com suas pessoas que tanto sabem da vida e de seus segredos.

D.P

domingo, 2 de outubro de 2011


Hoje, dia 02 de outubro de 2011, tive sonhos estranhos durante toda a noite, imagens claras de lugares jamais vistos, algo sobre, se é que cabe dizer, a impiedade da natureza, algo entre o caos e a união advinda da consciência das condições estabelecidas a qualquer ser que caminhe pela terra, algo além dessa falsa cortina de segurança que a sociedade prega ou impõe. Tomando o café da manhã assisti, difícil dizer pela qual vez, sei que já ultrapassaram dez, Into The Wild;
 A história de Chris é fascinante para qualquer um que já tenha pensado que o que nos é ofertado é quase nada diante das nossas mais profundas motivações em estarmos de fato vivos, mas é também só mais um exemplo entre tantos outros, penso que sua história só tenha se tornado conhecida porque na visão de alguns, ela deu errado, ela falhou, estas pessoas vêem, onde não existe, uma lógica conseqüencial, para mim, foi só mais um fato de sua jornada, no máximo é uma pena que ele tenha morrido tão jovem com um mundo inteiro para andarilhar, tenho certeza que os anos que caminhou foram muito mais reais e significativos do que “vidas” inteiras por aí.
Embora eu esteja longe de estar perto de rasgar esta colcha de retalhos de coisas inventadas para parecerem essenciais, esta realidade medíocre de uma liberdade inexistente, ainda consigo enxergar outras possibilidades que não calam dentro de mim, mesmo que, em alguns dias, cansadas de não serem atendidas elas gritem do meu inconsciente.


R.

sábado, 10 de setembro de 2011

Alvinho

Há um mês eu estaria tentando cochilar em uma cadeira desconfortável, tentando apoiar minha cabeça e pés nas bagagens ao meu redor, estava no aeroporto de Recife, estava voltando de algo que foi para mim mais que uma viagem, um encontro.
Viajei de ônibus por dois dias e meio, na bolsa o necessário, roupa, livro, um caderno de notas e muita música, mesmo assim, confesso que mal me aguentava mais na poltrona quando soube que sofreríamos um atraso de seis horas por causa de um acidente na estrada. Fora o percalço do caminho, não tenho muito que reclamar, na janela paisagem deslumbrante, dentro do ônibus conversa boa e muita história, ouvindo The Freewheelin, lendo Into The Wild e a estrada se desenhando...






E cheguei em Campina Grande, na plataforma tia Alaide (irmã do meu avô), seu esposo tio Dogival e Josimar (sobrinho de consideração de meu avô), nos reconhecemos com facilidade, parecia que nos conhecíamos  a tantos anos... Aqueles dos quais ouvi toda uma vida estavam agora em minha frente me abraçando, me pegando as mãos, dizendo do prazer de me receber na casa deles, tudo o que meu avô falava com lembrança e lágrimas nos olhos eram muito mais.
Alvinho, lugar onde seu Palmeira nasceu é coisa muito bonita, se configura principalmente com criação de gado e plantações de maniva, milho e feijão, o chão curiosamente é de areia, choveram quase todos os dias em que lá eu estive. Foi tia Laide quem me levou para conhecer a todos que moram por lá, fomos de moto para quase todos esses lugares, uma bizinha e muita aventura pelas trilhazinhas em meio as plantações, imagens que registrei na mente e que me enchem de saudades, da família conheci mais de quarenta pessoas, uma primaiada linda que só conhecendo, fui conquistada por tudo e por todos de Alvinho. Lá conheci pessoas que meu avô estima muito como seu João Laurentino e Dona Branca, um casal raro, seu João tem seus 95 anos, dona branca 84 estão casados a 67 anos, mais lúcidos que muita gente nova que eu conheço por aí carinhosos sem limites, lembram os personagens do documentário O fim e o principio que eu assisti pela primeira vez a uns três anos atrás.









E lá fui onde eu conheci mais um pouco da história deste homem que é mais que meu avô, um paraibano da gema, um lutador como tantos Severinos por aí, meu pai, Seu José jacinto Palmeira. Este José nascido em Alvinho em outubro de 1939 foi o primeiro filho do segundo casamento entre Joaquim Palmeira da Costa (mais conhecido por Joaquim Jacinto Palmeira) com Maria Siverina da Conceição, a relação durou o tempo da concepção de dois filhos, depois José foi entregue a um casal de irmãos para por eles ser criado em um lugar de confiança onde Joaquim pode observar de perto o crescimento do filho. Em idade de “abestelhação” como diria Tia Laide, por algum desmotivo, com medo de seu pai, José pegou estrada sem olhar para trás, cortou o Brasil de carona, foi candango e chegou a São Paulo. Amigo de estrada, Luiz Gonzaga cearense se ofereceu para ser tutor de José para que o rapaz pudesse tirar a carteira de identidade e arranjar alguma ocupação, então resolveu-se que se chamaria José Jacinto Palmeira, inventou o nome de seus avos e assim foi, construiu sua vida em São Paulo, conheceu Maria Paixão Miranda por quem se apaixonou “uma baixinha de negros cabelos longos que vinham até a cintura”, com ela casou-se e teve seus três filhos, Cleide Miranda Palmeira, primeira filha do casal, em seu primeiro casamento  também teve seus três filhos do qual eu sou a caçula, assim esta história chega a mim que talvez devesse me chamar Renata da Costa Bencsik se meu avô soubesse o verdadeiro nome de seu pai. Mas, antes que está história chegasse até mim, um dia no ano de 1978, José, que na época trabalhava em uma companhia de gás, observou a placa do caminhão que estava parado logo a sua frente e que trazia a inscrição Puxinanã – PB, desceu do carro e foi falar com o motorista, perguntou se o rapaz conhecia o lugar, se conhecia Alvinho e o povo que por lá morava, seu Joaquim Jacinto, sua família, sim o rapaz confirmou, prometeu entregar o endereço da família a José, assim um laço foi reatado e José 30 anos depois de ter tomado à estrada pode reencontrar sua família, conhecê-los, seu pai Joaquim havia morrido a três anos em 1975 que olhando a plantação de milho ainda verde disse que daquele ele não haveria de comer. José é a figura de seu pai esculpido em Carrara e quando em 78 desembarcou na plataforma de Campina Grande foi facilmente reconhecido, não consigo imaginar o que foi aquele dia na plataforma. Meu avô conquistou a todos, é lembrado com sorrisos, risadas e lágrimas saudosas, já não vai a Campina Grande há dez anos...
Está viagem foi muito mais que eu imaginava, muito mais do que eu podia esperar, as pessoas que conheci, tudo o que de mais simples eu vi passaram a compor agora os meus dias, novos objetivos traçados, desejos resignificados e tudo o que mais eu possa aqui escrever não vai dar conta do que foram aqueles dias para mim, só cabe acrescentar a minha vontade de lá voltar só que desta vez acompanhada de seu Palmeira, quem sabe...


http://www.youtube.com/watch?v=P1bdx65PVH0




R.



segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sem caminhante não há caminho

O que mais estranhei ao voltar de viagem foi a televisão, de repente esse objeto tornou-se muito barulhento, acelerado e agressivo, parecia que atingia um estado de calma e tranquilidade que obtive durante uma semana longe de tudo isso. O pior foi que em três dias já estava entregue ao sofá e as fortes cores que aquele vidro refletia e as coisas que divulgava.

A rotina volta lentamente, para a maioria é o preço necessário para que de vez enquando conseguir escapar dela, o que muda, é como você a encara. Não é preciso entregar-se totalmente a rotina... minimamente há maneiras de se escapar...O sol é mesmo em qualquer lugar do mundo, talvez um pouco esfumaçado em algumas cidades, mas pode-se acordar mais cedo e vê-lo nascer claro, apenas sentar num ponto alto e observa-lo... Pode-se ser gentil com as pessoas, por aqui é mais difícil pois estão todas afundadas em problemas e com os nervos a flor da pele, mas é possível tentar...É preciso viver a cada dia como se estivessemos em uma constante viagem, cada lugar é um novo país, cada pessoa é uma cultura nova com um idioma diferente. É procurando o novo, no que pensamos ser há muito conhecido, que construiremos os caminhos, as pontes, trajétos e novos horizontes...Até que possamos novamente, pegar algumas poucas coisas, entrar em um ônibus e realmente sair pra um local distante.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pantanal Sul Matogrossense.

Dois dias longe do Pantanal e já estou sentindo muita falta, foram 4 dias de acampamento perto do Porto da Manga, uma distância de 2 horas de Corumbá.
A imagem é o pôr-do-sol no rio Abobral, um lugar maravilhoso, aliás o sol e a lua são estrelas muito marcantes no Pantanal, durante o dia pode-se observar as duas no mesmo céu. Acompanhei a lua crescendo até quase se tornar cheia.
O Pantanal é lindo, e os pantaneiros são sensacionais. Espero que muitos tenham a oportunidade de conhecer e se sentir parte desse lugar, cada vez mais me impressiono com esse país e me entristeço também, por ver que é o eterno papel de receber o europeu e trabalhar para ele.

Enfim, mais uma vez fica o apelo para que assim que puderem conheçam o Pantanal, não é muito caro e vale muito  a pena.

Sonhos Guaranis.

Mato Grosso encerra em sua própria terra
Sonhos guaranis
Por campos e serras a história enterra uma só raiz
Que aflora nas emoções
E o tempo faz cicatriz
Em mil canções
Lembrando o que não se diz
Mato Grosso espera esquecer quisera
O som dos fuzis
Se não fosse a guerra
Quem sabe hoje era um outro país
Amante das tradições de que me fiz aprendiz
Em mil paixões sabendo morrer feliz
E cego é o coração que trai
Aquela voz primeira que de dentro sai
E as vezes me deixa assim ao
Revelar que eu vim da fronteira onde
O Brasil foi Paraguai

domingo, 10 de julho de 2011

Pessoas

O Pantanal n'ao eh belo somente pela paisagem e a natureza, conheci por aqui pessoas maravilhosas e com uma guarra de viver muito forte. Retorno amanh'a com vontade de ficar, com certeza voltarei e espero trazer amigos queridos para ca.
Essa viagem esta causando muitas reflex'oes e mudancas...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Campo Grande - MS

Bom dia à todos , são    9:30 da manhã  em Campo Grande, depois de 14 horas de viagem. Lindo foi observar o nascer do Sol, no Cerrado sul Matogrossense, lindo o céu vermelho vermelho.
Agora esperando o Jeep sair para o Pantanal !!!

Renata está passando por Cabrobó, daqui a pouco chega em Campina Grande.

Abraços a todos.

domingo, 3 de julho de 2011

Km's em andamento

Ontem,  Renata seguiu sua jornada em direção à suas origens, conhecerá os irmãos de seu avô. No Terminal Rodoviário do Tietê-SP, observamos muitas pessoas se despedindo, olhos com brilhos molhados e desejos de “boa viagem” e que “Deus o acompanhe”.
Na plataforma 72, conhecemos uma senhora, Dona Elizia, estava indo para Ilhéus -BA, ela mora em um sítio próximo a ali, veio visitar seus filhos, seus 7 filhos vivem em São Paulo, e ela confessou já estar cansada de fazer esse trajeto, gostaria muito de morar perto dos filhos, mostrou que na Bahia é muito bom porque vive com o marido em um sítio tranqüilo, “mais num me sinto completa, sabe? Lá é bom, mais melhor é ficar com os filhos”. Desejou boa viagem a Renata e continuou esperando seu ônibus.
Rê, assim que puder mande notícias.


Hoje, sigo o caminho em direção à Campo Grande, um pouco mais de 1000 Km's, e a Rê nesse momento deve estar atravessando o estado da Bahia. Boa viagem à todos que estão em seus caminhos.


sábado, 2 de julho de 2011

Ida

“a água do chuveiro de manhã estava fria, era quase madrugada, era inverno, não, hoje ela não iria para a rotina maçante de todos os dias, acertava os últimos detalhes com o coração em hiato, com a cabeça incansável, estava tudo certo, amanhecia na janela, estava fresco, o dia acontecia normal com os seus ruídos tão bem conhecidos, se sentia alheia. A pouco tomaria a estrada que mostra o longe das coisas, seus olhos decerto brincabrilhavam, se sentia feliz era assim que sempre via o novo, o rumo...”
Assim me sinto hoje... quando nos falarmos novamente estarei no lá e você no acolá. "moça eu não vou precisar ler na tua mão pra saber que você não vai voltar pra vida maluca das pessoas do mundo das formigas tentando se esconder da chuva". Um abraço fulero!


R.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Para se chegar

Para chegar até Alaide, Dogival, Ritinha, Angelita, Dina, o senhor João Laurentino e tantos e tantos outros dos quais passei minha infância inteira ouvindo, este é o percurso a se percorrer... ou será que é para chegar mais perto de mim mesma?          R.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dentre muitos Caminhos Possiveis

    Muitas são as histórias e estórias sobre as fantásticas pescaria que meu pai fazia quando eu ainda era criança e ficava imaginando, mas que lugar é esse chamado Pantanal? Deve ser distante, sem ninguém por perto, fundos de matos se amorenando com a chegada da noite, silêncio predominante, cortado apenas pelos lamentos e prosas dos grandes pássaros, e os saltos de grandes peixes nas extensas águas...Esse imaginário talvez não seja visto por lá mais, talvez um pouco ainda, os trechos em que a pecuária não conseguiu engolir e transformar em desertos de pasto. Continuando a prosa da querida Renata, um esboço do trajeto a ser percorrido.


Itinerário
Distância entre as principais cidades.
Rodovias
São Paulo
Partida
Marginal Tietê/ Rod.Pres.Castelo Branco
Sorocaba
102Km
BR-374
Pardinho
127Km
BR- 374
Espirito Santo do Turvo
136 Km
BR-374
Ourinhos
64,6Km
BR- 374
Assis
70Km
BR- 374
Presidente Prudente
126Km
BR- 376
Presidente Venceslau
57,4Km
BR- 267
Presidente Epitácio
36Km
BR- 267
RIO PARANÁ
Extensão , 13Km
Ponte do Rio Paraná
Bataguassu -MS
32,7Km
BR-267
Nova Alvorada do Sul
221Km
BR- 163
Campo Grande
120Km
BR-163
Aquidauana
137Km
Trem do Pantanal
Miranda
72Km
Trem do Pantanal

Total Aprox. de São Paulo à Campo Grande. 1014Km, 14horas

Depois de Miranda, há alguns Km's até o Buraco das Piranhas por dentro da Planície Pantaneira, próximo ao Passo do Lontra. Além dali? Os astros reservam surpresas...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Nuvem Cigana

Se você quiser eu danço com você
No pó da estrada
Pó, poeira, ventania
Se você soltar o pé na estrada
Pó, poeira
Eu danço com você o que você dançar

Se você deixar o sol bater
Nos seus cabelos verdes
Sol, sereno, ouro e prata
Sai e vem comigo
Sol, semente, madrugada
Eu vivo em qualquer parte de seu coração

Se você deixar o coração bater sem medo

Se você quiser eu danço com você
Meu nome é nuvem
Pó, poeira, movimento
O meu nome é nuvem
Ventania, flor de vento
Eu danço com você o que você dançar

Se você deixar o coração bater sem medo
Se você deixar o coração bater sem medo
Se você deixar o coração bater sem medo


Composição: Lô Borges e Ronaldo Bastos

(Para minha andarilha preferida Denise) R.

Preparativos

“Voar, voar no som, porque será que o pensamento, esse eterno viajante nos carrega a todo instante, sempre a procurar horizontes..” Naquele dia acordou decidida, foi à rodoviária e comprou as passagens, o coração bateu forte, sorrio sozinha, e disse a si mesma que agora não teria mais volta. Em poucos dias pegaria a estrada àquele lugar em que só conhece pelas músicas e pelas imagens.
Ao anoitecer foi então arrumar a barraca a qual levará para sua viagem, feita de lona leve e alguns apoios de metal vermelho, esticou-a no chão, encaixou as arestas, mas nada daquela barraca firmar, pensou duas vezes... refez a arrumação... nada. Não conseguiu levanta-la, sentou ao lado, sentiu-se desolada, como poderia viajar sozinha se não era capaz de montar sua própria barraca? Pensou então que já estava cansada, amanhã tentaria novamente. Enrolou-a, guardou-a e agora o amanhã chegou, mas está com medo de tentar novamente e fracassar.
Mas recebeu ajuda de sua amiga, que também viajará sozinha pelas estradas desse país, cortando grandes estados. A calma retornou, e aprendeu a montar, as duas já separaram as principais coisas a levar e estão contando os dias para entrar no ônibus.
Percebeu que sua aventura já começou antes mesmo da estrada, nos preparativos e organizações, na tentativa de não esquecer nada, nos pensamentos e vibrações de que tudo ocorrerá bem. Na ansiedade, pediu aos astros e aos santos para que a guiasse pelos caminhos, ouviu a viola cantar e sentiu-se tranqüila. “Que meus pés decidam por mim...”

terça-feira, 28 de junho de 2011

MOTE

Entre Lagoa Seca e Campina Grande sobrevive a comunidade rural de Alvinho, foi lá que meu avó seu José Jacinto Palmeira nasceu, seu nome marca sua força e humildade que as gentes oriundas do sertão brasileiro carregam como tatuagem, um jeito de estar no mundo que é próprio dos nordestinos do qual o vislumbre para mim é inesgotável. No entanto, é preciso bem mais do que admiração para cortar o Brasil, eu diria que busca das origens e um pouco de inspiração são, hoje em dia, os principais catalisadores nesta minha empreitada ao estado da Paraíba e a aventura de viajar pelo país a fora, o meu curso inevitável de vida, a grande motivação, o meu primeiro passo para algo que de fato meche com o que podemos chamar de essência “que seja ela a de andador”. Nos primeiros dois dias irei percorrer de ônibus o seguinte itinerário:


ITINERÁRIO
DISTANCIA EM KM ENTRE AS PRINCIPAIS CIDADES
RODOVIAS/ BRs
SÃO PAULO - SP
INÍCIO
Rod. Ayrton Senna e Pres. Dutra
SÃO JOSE DOS CAMPOS – SP
98, 8
Rod. Pres. Dutra
TAUBATÉ – SP
40,8
Rod. Pres. Dutra e BR-393
MURIAÉ – MG
488
BR 116
GOVERNADOR.VALADARES – MG
298
BR 116
TEÓFILO OTONI – MG
139
BR 116
ITAOBIM – MG
160
BR 116
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
228
BR 116
JEQUIÊ – BA
153
BR 116
FEIRA DE SANTANA – BA
248
BR 116
SERRINHA – BA
79,9
BR 116
TUCANO – BA
83,4
BR 116
SÍTIO NUNES – BA
523
BR 116
SERTANIA – PE
67,6
PE 280
SUME – PB
64,1
BR 110 e BR 412
CAMPINA GRANDE – PB
134
BR 412 e PB 134



Aproximadamente 2800 km de estrada se desenhando na paisagem da janela em previstas 48 horas. Sairei no dia 2 de julho as 10:00 da manhã da rodoviária do Tietê e das expectativas que gritam cintilando em minha mente e coração prefiro o silêncio das palavras neste começo de prosa.




R.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Caminhos me levem

Amanhã bem de manhã
Vou sair caminhando ao léu
Só vou seguir na direção
De uma estrela que eu vi no céu
Pra que fingir que não devo ir
Caminhos me levem
Aonde quiserem
Se meus pés disserem que sim
Vejo alguém seguindo além
Eu aceno com meu chapéu
Pois tanto faz de onde ele vem
Pode ser algum menestrel
Que vai e vem, sempre
Sem ninguém
Caminhos te levem, aonde puderem
Se teus pés quizerem assim

Mesmo me afastando de você
Sei que não te deixo me esquecer
Mas tente compreender minhas razões

Já faz um tempo
Em que eu vivi
Feito linha de um carretel
Olhei em volta então me vi
Prisioneiro de um anel
Não resisti
Foi bem melhor partir
Perigos me esperam
Abrigos não quero
Que meus pés decidam
Por mim

Mesmo me afastando de você
Sei que não te deixo me esquecer
Mas é nosso dever fazer canções

 Composição: Almir Sater e Paulo Simões